Escritório Virtual – Boletim Agosto 2025

Rio e o encontro do BRICS


2025-08 BRICS

Como nossos leitores já sabem, adoramos o Rio de Janeiro e sempre ficamos felizes quando nossa cidade está — pelas razões corretas — sob os holofotes do mundo.

Em dezembro passado tivemos o privilégio de sediar a cúpula do G20 que reuniu líderes das 20 maiores economias mundiais e movimentou perto de R$ 600 milhões em nossa cidade.

Em junho e julho vimos o Rio capital mundial do futebol — a cidade com o maior número de clubes na copa do Mundo de Clubes da FIFA. Para o torcedor, a discussão sobre qual deles teve o desempenho mais marcante é acalorada, mas para nós o orgulho se reparte por igual.

E neste mês de julho o Rio de Janeiro foi palco da 17ª Cúpula do BRICS, o grupo criado há quase 20 anos (ainda sem o “S”) pelos 4 países-continentes que formam seu acrônimo: Brasil, Rússia, Índia e China. Atualmente, além da África do Sul que ingressou em 2011, o grupo contra com outras 6 nações que representam os quatro continentes, mais de ¼ do PIB e quase metade da população mundial.

Durante o encontro, às tradicionais e necessárias discussões em torno de temas como pobreza, desigualdade, clima e economia se acrescentou uma reflexão sobre os riscos da inteligência artificial — não apenas pelo aspecto tecnológico, mas pelo pouco acesso dos mais pobres e pela concentração do conhecimento.

Essa discussão vem ao encontro da política nacional para data centers e do projeto para que o Brasil, se valendo de sua matriz energética limpa, se torne um hub global para armazenamento e processamento de dados. Esse é um projeto muito interessante, ao qual podemos voltar a discutir em um futuro boletim informativo, especialmente pela oportunidade que o Rio de Janeiro tem para se tornar um polo de tecnologia com foco em inteligência artificial e energia renovável.

Outra importante discussão que vem acontecendo no âmbito dos BRICS é a criação de um sistema de pagamentos usando moedas locais. O sucesso do PIX brasileiro e a possibilidade de a proposta evoluir, no futuro, para a criação de uma moeda comum teria impacto significativo no comércio mundial e no fortalecimento do multilateralismo — como fica claro pela forte reação contrária do presidente Donald Trump.

Queira o presidente norte-americano ou não, a semente está lançada e o solo fértil já existe desde 2013 quando surgiu o NBD – Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como Banco do BRICS.  Criado para financiar projetos públicos ou privados, o NBD é um banco de desenvolvimento multilateral com capital subscrito de US$ 50 bilhões (podendo chegar a 100 bilhões).

Como sabem os empreendedores, o que separa o sonho da conquista são o tempo e o trabalho.